domingo, 1 de dezembro de 2013

Geração Y, sucesso e felicidade

Boa noite leitores!
Há algum tempo li um ótimo artigo (um dos poucos isentos dos clichês da capacidade de realização da geração Y e sobre a importância de saber tudo de tudo e por aí vai...) sobre os principais motivos pelos quais os jovens de nossa geração não conseguem se sentir felizes. Vale muito a pena ler o artigo na íntegra: http://qga.com.br/comportamento/jovem/2013/09/porque-os-jovens-profissionais-da-geracao-y-estao-infelizes

Pois bem, o fato é que nossos jovens são bem formados, inteligentes, capacitados, falam diversos idiomas, possuem conhecimentos pra lá de generalistas, (conforme manda o figurino) mas não são felizes. O que será que destoa nesse contexto?
Os principais problemas da relação da geração Y com o mercado de trabalho são os seguintes:

1. Os jovens buscam ser felizes em um contexto que não compreendem.
2. Os jovens acreditam que o mercado valoriza seu talento e seu conhecimento generalista.
3. Os jovens da geração Y possuem projetos grandiosos com baixa capacidade de planejamento

Vamos analisar mais cuidadosamente cada uma das afirmativas acima:

1. Os jovens buscam ser felizes em um contexto que não compreendem
Essa é fácil: Qual o grande objetivo de qualquer jovem que esteja iniciando sua carreira profissional atualmente? Resposta óbvia: Sucesso profissional. No entanto, sucesso profissional envolve sucesso no mercado de trabalho, e os jovens de nossa geração conhecem o mundo, viajam para diversos países, falam vários idiomas, acumulam conhecimentos sobre tudo. Na verdade, sobre quase tudo, pois conhecem nada ou muito pouco sobre o mercado de trabalho: Como funciona, o que realmente é valorizado, como funciona a construção de uma carreira em cada tipo de empresa, dentre tantas outras peculiaridades do mundo corporativo. Obviamente que só se adquire experiência tendo a oportunidade de adquiri-la, porém, quanto menos se conhece o mercado de trabalho maior a frustração ao não conseguir se comportar adequadamente nesse contexto.

2. Os jovens acreditam que o mercado valoriza seu talento e seu conhecimento generalista
Muitas empresas atuam hoje com a gestão de competências e de talentos. No entanto, o profissional recém formado tem uma grande bagagem teórica. E ponto. Por mais que se tenha realizado estágios, intercâmbios, e adquirido conhecimentos generalistas, o mercado de trabalho tem um funcionamento bastante capitalista e prático: Paga-se bem pelas profissões cuja demanda é maior que a oferta (o que é muito variável e pode mudar constantemente) e por conhecimentos específicos que, normalmente, só se adquirem ao se especializar. Por isso, um profissional generalista vale por seu potencial de aprendizado e ingressa em uma empresa sempre no nível inicial da construção de sua carreira.

3. Os jovens da geração Y possuem projetos grandiosos com baixa capacidade de planejamento
Em geral os jovens da geração Y são impetuosos, sonhadores, idealistas. Porém possuem grande dificuldade de conceber projetos simples, que possam ser traduzidos em metas realistas e executáveis, e maior dificuldade ainda de realizar um planejamento que incluam ações a curto, médio e longo prazo. Essa dificuldade de planejamento se agrava ainda mais pelo pouco conhecimento do mercado de trabalho. Dessa forma, a frustração vem à tona com toda força ao verificar que seus grandes ideais não tem espaço no mundo real.

Muito longe de querer incitar uma "depressão coletiva", o grande objetivo dos apontamentos acima é demonstrar as principais dificuldades de colocação do jovem atual no mercado de trabalho, de uma forma que não apenas supra as necessidades desse mercado, mas contribua para o bem estar do indivíduo. Até porque uma outra atitude muito comum no início de carreira é a tentativa de se adequar a todas as demandas do mercado de forma irreflexiva e mecânica, o que acaba fazendo com que o profissional privilegie esse contexto em detrimento de sua vida pessoal. Essa postura, em muitos casos é chamada de "resiliência", mas como muitos profissionais da área da saúde sabem, tem gerado um número cada vez maior de casos de Estresse Ocupacional, Síndrome de Burnout, Depressão, Alcoolismo e outras decorrências sobre as quais discutiremos na próxima postagem.
Na próxima postagem falarei um pouco mais sobre a Resiliência no mercado de trabalho.
Espero que tenham gostado e que aguardem a próxima postagem!
Uma ótima semana a todos!

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