domingo, 29 de dezembro de 2013

Ano novo, vida nova

Boa tarde queridos leitores :)
Gostaria de iniciar essa postagem com uma dica de leitura muito interessante para quem deseja conhecer seu perfil para traçar novos caminhos ou mesmo aperfeiçoar suas competências profissionais.  O livro Talento para a vida  da editora E TALENT aprofunda a utilização da metodologia DISC para definição de perfis e permite, após a identificação de seu talento principal, que se gerencie os principais medos, causadores de estresse, planejar o futuro, administração de tempo e melhoria dos relacionamentos. Vale a pena ler o livro e conhecer a metodologia que hoje, certamente é a principal e mais eficiente forma de identificação e gerenciamento de talentos.

No antepenúltimo dia de 2013 gostaria de agradecer muito pelos resultados obtidos com o blog neste ano.  Pela primeira vez conseguimos obter a marca de 100 visualizações de postagem, graças a vocês que lêem e compartilham os conteúdos do Ego e profissão. Em 2014 teremos muitas mudanças no blog, que só serão possíveis graças a vocês que apoiam de coração esse projeto tão importante para mim. Muito obrigada!
Falando de ano novo, novos projetos, com certeza todos pensamos em mudanças de vida. Mas mudança de vida implica em mudanças em quem? Para quem?  Ora, sem querer puxar sardinha, mas mudança de vida nada mais é que mudança de comportamento.  Apenas através de comportamentos diferentes se podem obter resultados diferentes.

A principal implicação dessa premissa é que, para obter novas conquistas,  novos resultados ou, simplificando (e popularizando) para "mudar de vida" em 2014 é necessário,  em primeiro lugar, um grande comprometimento. Compromisso que vai desde a identificação dos resultados que se quer alcançar até as atitudes que serão necessárias para tais resultados.  Por fim, o famoso planejamento,  que consiste nos meios (recursos, atividades, conhecimentos a serem adquiridos) para se chegar aos resultados almejados. Dessa forma, podemos concluir que, para que tais mudanças e planos tenham sucesso, três  itens são fundamentais:
1 - Definir claramente quais são os resultados almejados. Se você tem um sonho, tente pragnatizar a coisa: qual o resultado objetivo eu pretendo alcançar através disso?
2- Definir claramente o que será preciso fazer para alcançar esses resultados em forma de cadeia de comportamentos.  Alguns objetivos sempre são mais complexos que outros, de forma que, para alcança-los, outros comportamentos serão necessários. Por isso sempre temos que pensar a curto, médio e longo prazo.
3- Comprometer-se com o planejamento e saber que serão necessárias renúncias e muita dedicação.  Você é responsável por tudo aquilo que consegue,  bem como pelo que não consegue.
Espero que todos vocês tenham muito sucesso com seus planos em 2014 e que se lembrem que todo dia, todo tropeço ou adversidade é uma grande oportunidade para ser alguém melhor.
Um grande abraço e feliz ano novo!

domingo, 15 de dezembro de 2013

Resiliência, horas extras e adoecimento no trabalho

Boa tarde!!!!
Conforme prometido, a postagem de hoje será sobre a resiliência no mundo do trabalho. Esse é um tema muito recorrente em publicações de Psicologia e outras ciências relacionadas ao contexto organizacional. De forma bem genérica, a resiliência é um contexto retirado da Física, que se refere à capacidade de modificação de um material devido às pressões do ambiente. No mundo do trabalho, a resiliência é uma competência muito importante, atrelada à flexibilidade do profissional ao lidar com as pressões e desafios organizacionais de forma a não alterar sua estrutura principal, ou sendo ainda mais genérica, de forma positiva. Para quem se interessou pelo tema e suas implicações, vale a pena ler um artigo de minha autoria e das psicólogas Carolina Antonelli e Beatriz Mattos sobre Resiliência no contexto de trabalho enquanto promotora do bem estar ou do adoecimento.
Hoje assisti um curta metragem muito bom sobre um dos contextos mais difíceis na vida do profissional, que é a busca de uma nova oportunidade após a maturidade e após muitos anos de carreira. A grande mensagem que esse vídeo me deixou foi que, após um grande período de dedicação a uma empresa ou a sua carreira, nem sempre se tem a sensação de dever cumprido e que nem sempre conseguimos construir espaços para refletir se nossos esforços e ações no trabalho realmente produziram algum sentido e significado para nossas vidas. No fim das contas, será que tudo "valeu a pena?"
Como muitos outros conceitos que se dissiparam muito rapidamente no contexto organizacional, o conceito de resiliência acabou virando um grande modismo e tem sido utilizada como justificativa para auto-sabotagens profissionais e para a exploração do trabalho através da justificativa de que é necessário que o trabalhador seja resiliente. No primeiro caso, podemos citar como exemplos aqueles profissionais que aceitam quaisquer demandas de trabalho, ainda que não concordem ou não vejam nenhum sentido em determinadas solicitações ou tarefas, profissionais que acreditam que a realização de horas extras com grande frequência é comum e não passa de uma atitude resiliente tendo em vista as demandas de um mercado cada vez mais competitivo. No segundo caso, podemos citar os exemplos de exigências por parte das empresas que o trabalhador seja polivalente, trabalhe cada vez mais sob pressão, que tenha flexibilidade para atuar em quaisquer contextos, que seja automotivado, que seja ambicioso e agressivo em relação a metas, mas pacífico e que saiba somar à sua equipe. Que seja um líder nato e tenha independência para tomar decisões, mas, ao mesmo tempo, que saiba respeitar regras e os procedimentos altamente burocráticos da empresa. Em muitos casos, pede-se que os colaboradores resolvam problemas profundos da cultura organizacional, esquecendo-se que os comportamentos provém de apenas um ser humano, com um repertório coerente e generalizado, bem como que os comportamentos sempre ocorrem num contexto, que deve facilitar (reforçadores) ou inibir determinados repertórios.

Em ambas situações, pode-se dizer que a resiliência promove o adoecimento psíquico, podendo culminar no adoecimento físico e em rupturas permanentes à estrutura psicológica do indivíduo. O grande equívoco dessas asserções é que um indivíduo não pode ser resiliente ou simplesmente não ser. A resiliência é uma competência e, como tal, deve ser utilizada para resolver determinadas demandas e não ser utilizadas em contextos não apropriados. Por ser repertório, funciona como uma ferramenta. O uso do martelo é altamente eficiente para pregar um quadro na parede, mas não faz o menor sentido usar um martelo para apertar um parafuso, nem usar um martelo gigante para um prego pequeno. Dessa forma, a resiliência é algo de que o indivíduo se utiliza para gerar resultados valiosos para si e para a organização, desde que haja condições (contexto) apropriadas para isso.
Em se tratando do indivíduo, vale a pena retomar constantemente a reflexão sobre as atitudes que se acreditam serem exemplos de resiliência ou flexibilidade: "Até hoje, valeu a pena?" Se sim, realmente se tem utilizado bem uma competência, se não, tem-se contribuído para seu próprio desgaste ou adoecimento.
Espero que tenham gostado da postagem!
Até a próxima e uma ótima semana!

domingo, 1 de dezembro de 2013

Geração Y, sucesso e felicidade

Boa noite leitores!
Há algum tempo li um ótimo artigo (um dos poucos isentos dos clichês da capacidade de realização da geração Y e sobre a importância de saber tudo de tudo e por aí vai...) sobre os principais motivos pelos quais os jovens de nossa geração não conseguem se sentir felizes. Vale muito a pena ler o artigo na íntegra: http://qga.com.br/comportamento/jovem/2013/09/porque-os-jovens-profissionais-da-geracao-y-estao-infelizes

Pois bem, o fato é que nossos jovens são bem formados, inteligentes, capacitados, falam diversos idiomas, possuem conhecimentos pra lá de generalistas, (conforme manda o figurino) mas não são felizes. O que será que destoa nesse contexto?
Os principais problemas da relação da geração Y com o mercado de trabalho são os seguintes:

1. Os jovens buscam ser felizes em um contexto que não compreendem.
2. Os jovens acreditam que o mercado valoriza seu talento e seu conhecimento generalista.
3. Os jovens da geração Y possuem projetos grandiosos com baixa capacidade de planejamento

Vamos analisar mais cuidadosamente cada uma das afirmativas acima:

1. Os jovens buscam ser felizes em um contexto que não compreendem
Essa é fácil: Qual o grande objetivo de qualquer jovem que esteja iniciando sua carreira profissional atualmente? Resposta óbvia: Sucesso profissional. No entanto, sucesso profissional envolve sucesso no mercado de trabalho, e os jovens de nossa geração conhecem o mundo, viajam para diversos países, falam vários idiomas, acumulam conhecimentos sobre tudo. Na verdade, sobre quase tudo, pois conhecem nada ou muito pouco sobre o mercado de trabalho: Como funciona, o que realmente é valorizado, como funciona a construção de uma carreira em cada tipo de empresa, dentre tantas outras peculiaridades do mundo corporativo. Obviamente que só se adquire experiência tendo a oportunidade de adquiri-la, porém, quanto menos se conhece o mercado de trabalho maior a frustração ao não conseguir se comportar adequadamente nesse contexto.

2. Os jovens acreditam que o mercado valoriza seu talento e seu conhecimento generalista
Muitas empresas atuam hoje com a gestão de competências e de talentos. No entanto, o profissional recém formado tem uma grande bagagem teórica. E ponto. Por mais que se tenha realizado estágios, intercâmbios, e adquirido conhecimentos generalistas, o mercado de trabalho tem um funcionamento bastante capitalista e prático: Paga-se bem pelas profissões cuja demanda é maior que a oferta (o que é muito variável e pode mudar constantemente) e por conhecimentos específicos que, normalmente, só se adquirem ao se especializar. Por isso, um profissional generalista vale por seu potencial de aprendizado e ingressa em uma empresa sempre no nível inicial da construção de sua carreira.

3. Os jovens da geração Y possuem projetos grandiosos com baixa capacidade de planejamento
Em geral os jovens da geração Y são impetuosos, sonhadores, idealistas. Porém possuem grande dificuldade de conceber projetos simples, que possam ser traduzidos em metas realistas e executáveis, e maior dificuldade ainda de realizar um planejamento que incluam ações a curto, médio e longo prazo. Essa dificuldade de planejamento se agrava ainda mais pelo pouco conhecimento do mercado de trabalho. Dessa forma, a frustração vem à tona com toda força ao verificar que seus grandes ideais não tem espaço no mundo real.

Muito longe de querer incitar uma "depressão coletiva", o grande objetivo dos apontamentos acima é demonstrar as principais dificuldades de colocação do jovem atual no mercado de trabalho, de uma forma que não apenas supra as necessidades desse mercado, mas contribua para o bem estar do indivíduo. Até porque uma outra atitude muito comum no início de carreira é a tentativa de se adequar a todas as demandas do mercado de forma irreflexiva e mecânica, o que acaba fazendo com que o profissional privilegie esse contexto em detrimento de sua vida pessoal. Essa postura, em muitos casos é chamada de "resiliência", mas como muitos profissionais da área da saúde sabem, tem gerado um número cada vez maior de casos de Estresse Ocupacional, Síndrome de Burnout, Depressão, Alcoolismo e outras decorrências sobre as quais discutiremos na próxima postagem.
Na próxima postagem falarei um pouco mais sobre a Resiliência no mercado de trabalho.
Espero que tenham gostado e que aguardem a próxima postagem!
Uma ótima semana a todos!