domingo, 17 de novembro de 2013

Elaboração de currículos - Mitos e Verdades II

Olá pessoal, boa tarde.
Como sempre o domingo marca um dia de reflexões no universo do trabalho, na busca profissional, planos para a próxima semana, carreira e os dilemas do contexto corporativo X vida pessoal. 
Conforme já pontuado na última postagem, o currículo é o principal instrumento na busca profissional e, apesar de relativamente simples, trata-se de um meio através do qual o candidato se apresenta ao recrutador. Dessa forma, é extremamente importante analisar cuidadosamente de que forma será feita essa apresentação, pois isso norteará as oportunidades que serão concedidas e, consciente ou inconscientemente, a própria carreira profissional. Parece exagero? Pense na maioria das formações universitárias que você conhece. Grande parte dessas formações possuem um foco generalista, devido a um movimento do próprio mercado de trabalho e, consequentemente, do processo de formação educativa para o trabalho. Normalmente, durante a universidade um estudante busca conhecer diversas ênfases através de projetos, estágios, iniciações científicas, e, em determinado momento, acaba afunilando suas expectativas e experiências acadêmicas. No entanto, no momento de confeccionar seu currículo, a maneira que esse estudante apresentar suas experiências acadêmicas vai determinar de forma significativa as oportunidades que lhe serão concedidas. Ressaltar as experiências mais significativas para a oportunidade almejada, não apenas empregos anteriores, mas experiências de um modo geral, é essencial para ser recrutado para as oportunidades de iniciar sua carreira nessa área.
Nesse contexto, seguem algumas dicas importantes que podem ajudar na confecção de um currículo adequado para a oportunidade desejada:

1. Saber em qual área se deseja realmente trabalhar:
Muitos recrutadores se espantam com a quantidade de currículos sem foco nem objetivo aparente que passam por suas mãos. Desde erros mais grotescos como preencher o campo Objetivo Profissional com coisas como: "Trabalhar", "Ter uma oportunidade nessa conceituada empresa", até experiências que não parecem fazer sentido num contexto mais amplo, o foco na busca profissional faz com que o currículo represente o que o profissional deseja representar. Da mesma forma, se não existe foco, o currículo representa essa confusão, que certamente será percebida pelo recrutador.

2. Estabelecer um objetivo profissional condizente:
Parece bem óbvio mas, infelizmente, a educação corporativa não tem ajudado muito nesse quesito. Muitos jovens se formam em boas universidades, são qualificados teoricamente mas não conseguem boas oportunidades por dois fatores muito simples: pouco conhecimento do mercado e certa prepotência ao autoavaliar suas habilidades. Um jovem recém formado possui muitos conhecimentos teóricos e certamente tem um alto potencial, mas é apenas isso: potencial. O conhecimento, prática e todo o repertório necessário para o pleno exercício de sua função profissional só pode ser adquirido através da experiência. Dessa forma, acabar de se formar e exigir um cargo de gerência ou mesmo de Analista Pleno ou Sênior é um grande engano. Por mais bem formado que você seja, trata-se do início de um novo percurso, e, justamente por isso, deve-se começar do ponto mais óbvio: o começo.

3. Estabelecer uma pretensão salarial justa, porém realista
Isso mesmo, por mais que se omita a pretensão salarial no currículo, normalmente esse item será abordado ainda nas etapas de recrutamento ou logo nas primeiras etapas de seleção, por uma razão muito simples: nenhum recrutador experiente perderá tempo e recursos com candidatos que não se adequam ao salário oferecido. Nesse ponto, é necessário avaliar o que sua formação lhe permite obter como remuneração inicial e contrabalancear com o que o mercado oferece, de forma genérica, para cargos iniciais na área. Em muitos casos, infelizmente o salário inicial não será tão alto quanto o desejado. Porém, dificilmente você mudará o mercado. Dessa forma, é muito mais eficiente se fazer duas perguntas essenciais: O que eu posso fazer para agregar valor ao mercado, de forma a merecer o salário que eu almejo? Quais são as possibilidades de essa oportunidade profissional que me foi oferecida me ajudar a agregar esse valor referido, ou quais as oportunidades de progressão de carreira que eu tenho nessa empresa?

4. Focar os itens essenciais e estabelecer prioridades
Muitas vezes, na ânsia de mostrar "todo seu valor" o profissional opta por colocar em seu currículo todas as experiências profissionais, acadêmicas, pessoais e todos os cursos que já realizou, não se importando com o quanto eles são adequados à oportunidade almejada. Esse é um grande erro e acaba gerando grande confusão no recrutador. Defina prioridades pensando em quais cursos, experiências profissionais e pessoais estão diretamente relacionadas à oportunidade em questão. Outras vivências ou formações, caso necessário, podem ser citadas durante a entrevista, o que inclusive agregará um elemento de novidade ao entrevistado e certamente será bem visto pelo selecionador.

5. Elaborar um currículo para cada oportunidade almejada
Esse é o mais difícil, porém com um único currículo (aquele modelo do Word genérico) é impossível focar os itens essenciais para a oportunidade em questão. Nada impede que exista um modelo genérico, porém esse modelo deve ser sempre revisado antes de ser enviado ao recrutador, de acordo com o que é essencial e imprescindível para o preenchimento da vaga no nível profissional em questão.

É isso pessoal, espero que essas dicas possam ajudá-los em sua busca profissional ou no redirecionamento de sua carreira. Tanto em um caso quanto em outro, vale deixar um conselho valioso para dissipar as possíveis dúvidas e dilemas que atrapalham a definição de um caminho: Nunca faça nada que não contribua em nada para sua felicidade....
Boa semana a todos e aguardem a próxima postagem!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Elaboração de currículos - mitos e verdades

Olá, boa tarde!
Como a segunda feira é um dia bem adequado à reflexão para o início da semana, principalmente para quem está em busca de uma recolocação no mercado de trabalho, decidi falar um pouquinho sobre um dos itens mais óbvios, porém mais controversos dos processos de seleção: o currículo.
Hoje li uma matéria sobre o uso da criatividade na confecção de currículos, e alguns depoimentos dizendo que currículos altamente criativos sempre ajudam na busca profissional (http://happyhour.blogosfera.uol.com.br/2013/10/25/designer-cria-curriculo-interativo-inspirado-em-game-do-mario/#fotoNav=6 )
Esse é justamente um dos grandes mitos sobre a confecção de currículos: que é preciso algo muito grandioso ou de grande destaque para que um currículo seja bem avaliado pelo recrutador. Obviamente que, para profissões em que a criatividade é o maior ativo ou um grande diferencial no cotidiano do empregado (como alguns cargos na área de publicidade ou marketing), tais recursos podem gerar um diferencial importante, que será checado em etapas posteriores do processo de seleção (ou seja, de nada adianta apresentar criatividade na elaboração do currículo e na dinâmica de grupo não ter iniciativa no momento de elaborar um projeto ou na apresentação de um case), mas, em muitos casos essa ânsia pela criatividade ou pelo diferencial acaba causando apenas espanto e confusão no recrutador, que não consegue entender porque o candidato imprimiu o currículo em uma folha amarela, ou que não consegue ver com bons olhos aquela imensa poluição visual causada pelo excesso de imagens que o candidato usou para "causar uma boa impressão".
Diante desse contexto, nessa postagem vou citar alguns pontos que são muito importantes na confecção de um currículo adequado, e, na próxima postagem vou falar um pouco sobre erros comuns na confecção do currículo.

1.     Omitir o objetivo profissional:
Muitas pessoas optam por omitir o campo objetivo profissional. No entanto, esse é um dos primeiros campos em que o recrutador presta atenção no currículo profissional pois, se a posição trabalhada é de auxiliar, não é interessante convocar para uma entrevista um profissional cujo objetivo seja atuar como analista ou gerente. Caso o profissional não tenha ainda uma especificidade ou esteja em busca do primeiro emprego na área, é importante demonstrar o objetivo de forma mais genérica, mas nunca deixar esse campo em branco.

2.     Excesso de dados pessoais:
Na ânsia de oferecer o máximo de informações possível é comum o profissional inserir dados pessoais irrelevantes para o primeiro contato com a empresa. Dados como: RG, CPF e CEP, caso sejam relevantes para o processo seletivo, serão coletados em contato com o candidato, e não através do currículo. Via de regra, os dados que a empresa precisa em um primeiro contato com o currículo do candidato são: Nome, endereço e formas de contato (telefone, e-mail e caso possua e seja relevante para o cargo, redes sociais).

3.     Prolixidade:
O currículo profissional deve fornecer ao recrutador dados gerais da experiência do candidato e não um histórico completo de sua vida profissional. A prolixidade nunca oferece maior clareza, mas acaba por ofuscar informações importantes, além de tornar a leitura extremamente cansativa. O tamanho ideal de um currículo profissional é de 1 a 2 páginas, salvo exceções específicas ou seleções para cargos gerenciais. Maiores informações sobre as atribuições do candidato sempre devem ser esclarecidas durante o processo de seleção.

4.     Inserir qualidades pessoais:
Informações como: “sou proativo”,  “visto a camisa da empresa” além de serem clichês são extremamente inadequadas ao currículo, por serem desnecessárias ao processo de triagem. Caso seja solicitado, durante a entrevista o candidato terá espaço para falar de si mesmo, seus pontos fortes e de desenvolvimento. Porém, mesmo nesse contexto, tais clichês continuam sendo bem pouco informativos.

5.     Inserir diferenciais desnecessários:
Imprimir o currículo em folha amarela, utilizar uma fonte caligráfica ou utilizar diversas cores na confecção do currículo não vão ajudar o profissional a ser selecionado para uma entrevista. Na maioria dos casos, vão apenas gerar poluição visual desnecessária e uma má impressão a respeito do profissional que utilizou de critérios apelativos para “chamar a atenção”. O processo de triagem é simples e direto: serão convocados para entrevista profissionais cujos objetivos e experiências estejam adequados à posição em aberto.

Espero que gostem das dicas e que aguardem a nova postagem!!!
Abraços e uma ótima semana!!!